24 março 2007

Poema em forma de pássaro

azul
vivo
o olho
o bico alaranjado
o pescoso
o pescoso
o pescoso
o pescoso
o pescoso
o pescoso
o pescoso
o pescoso
o pescoso ferido
Pássaro de papel e tinta que não voa
Que não se mexe que não canta que não respira
Animal feito de versos amarelos
de silenciosa penugem impressa
Tal vez com um sopro desmorona
a misteriosa palavra que sujeita
suas duas patas
patas
patas
patas
patas
patas
patas
patas
patas
patas
patas na minha mesa
Meu pai me deu um livro de poemas que não tenho mais nas mãos, porém guardei fresquinho na minha memoria o poema mais lindo que tinha nele.
A tradução , por minha conta!
Do poeta peruano:Jorge Eduardo Eielson

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