22 maio 2013

Sobre meninos que batem e meninos que apanham


Toda vez que surge o  assunto de meninos mordidos e meninos que apanham vira uma guerra de mães que mandam o menino revidar e as mães que pedem para eles que procurem um adulto e resolvam seus problemas conversando.
Tem milhões de mães e pais que são categóricos no sentido de falar que se o menino apanhar na escola, vai apanhar em casa também.
Tem pai que pergunta: e ai? Bateu no fulaninho? Ele chorou?  ( se referindo ao meu filho, sem saber que eu era a mãe do fulaninho) ( sangue nos olhos)
Ah sim, tem a turma dos que dividem a escola em dois grupos: os que batem e os que apanham. Simples assim.
As perguntas que não querem calar: vc quer ser mãe de qual menino? Do que bate o do que apanha? Porque o fulaninho é assim? A escola está fazendo tudo que pode? Vc está fazendo tudo que pode?
O que vou falar agora não é apenas a minha opinião é um ponto para enxergar com outro olhar.
Em primeiro lugar, NÃO JULGAR....nem a criança nem a família. A gente nunca sabe o que realmente está por trás de uma situação que não vivenciamos diretamente, isso é o mais importante de tudo.
Em segundo lugar: O mundo é muito maior do que o nosso filho, (mesmo que pra nós a razão seja inversamente proporcional) e pensando nisso temos que ensiná-lo a viver com os melhores valores que conseguirmos ensinar, para termos a certeza de estar criando melhores seres humanos para o mundo.
O instinto de auto preservação tem que ser ensinado sem ser baseado na violência, pois como já disse milhões de vezes, aqui mesmo, a criança pode achar que a violência é o canal que resolve tudo, em todas as situações.
Dialogo com a escola, exponham e cobrem a responsabilidade deles de administrar a boa convivência das crianças.Professores são sim,  responsáveis por isso, e essa responsabilidade vai além de vigiar a disciplina, tem que cuidar de tudo. O subconsciente de uma criança é frágil merece ser bem tratado. Cuidado para que o que apanha seja defendido e não vire o “pamonha” da sala, cuidado para que o que bate não carregue para sempre ( e resolva encarnar de vez) o rótulo de “monstro” da turma.
 Dialogo com seu filho, pergunte, e sobre tudo : ESCUTE, e aprenda ( eu estou aprendendo aos trancos ) a ler nas entrelinhas do comportamento dele o que pode estar gerando essa situação, vc pode se surpreender com algo como: mãe o xxx me bateu porque  eu o chamei de gordo. Esteja atenta  ao humor, aos desenhos, e sobre tudo a sua forma de agir, nada de " faça o que eu digo mas não faça o que eu faço"
Para finalizar pense com carinho na outra mãe, aborde com educação, e fale que a situação está difícil e peça ajuda, se ela não se mostra aberta tenha paciência isso vai acontecer muito , não só na escola, vai ser pela vida afora.
Antes de ameaçar uma criança pense no seu filho, você gostaria que outra pessoa ameace seu filho, corrija seu filho? Ou prefere que a pessoa fale com você.
Tudo é para ser pensado, afinal , toda historia tem três versões: a sua, a minha e a verdade.
Ah sim, eu sou a mãe do menino que bate. Sim, eu já chorei muito e me rasguei toda pensando que fiz tudo errado.
Mas a  minha família não é desajustada, meu filho não é um monstro e nós estamos fazendo terapia,ensinando-o a lidar melhor com as frustrações, a ignorar  os apelidos  e construindo novos conceitos sobre muitas coisas.
Ta, você pode pensar que não tem nada a ver com  os problemas do meu filho, e ta certa....mas eu e meu marido vamos continuar tentando ensinar o nosso  filho a viver em paz, a ser uma pessoa melhor a superar as dificuldades e crescer sendo um homem de bem.
Fazemos isso pensando  em nosso filho e nas outras crianças, fazemos  com muito amor, porque acreditamos firmemente que ser pai é ser mãe e uma missão e tanto na vida.
Quem dera fosse tudo mais simples para educar uma criança.

19 maio 2013

Meu filho



Não, meu filho não  tem TDAH...não ele não está com notas baixas na escola, mas está tentando se adaptar a todas as novidades de uma nova etapa da vida.
Não, na minha época não existia bullying ,e na escola meu filho está se sentindo profundamente abalado com apelidos , sofrendo para se enturmar.
Há dois meses o mundo começou a girar a uma velocidade descontrolada, parece que temos que segurar para não sair voando e cair, cair sem ter como parar.
Já passei a fase do desespero, da culpa (eu fiz tudo errado, eu fui tão omissa, eu deixei de ver tantos sinais......lista infinita) e agora estou na fase de aprender, ter o coração e a mente aberta para tudo.
Aberta ao que é novo, ao que eu não acredito, ao que eu não conheço e ao que eu conheço pouco.

Estou aprendendo a não julgar, a entender que nada é o que realmente parece. Por trás de um menino que faz birra pode haver muito mais do que pais que não educam, por traz de um menino tímido pode haver mais do que pais que não estimulam .... Estou aprendendo que existem muitas coisas mais graves que os problemas que enfrentamos e que é necessário ser mais forte e agradecido.


Veja bem, o Gabo por ter um perfil diferente  e mais questionador , precisa de ajuda para superar as dificuldades, controlar as suas emoções e lidar com a frustração, mas está saudável, aprende e se desenvolve bem.
Na minha busca por informações eu descobri a luta de mães contra o autismo, déficit de atenção, dificuldades de aprendizado ou ainda a luta de mães que sabem que irão perder seus filhos para doenças degenerativas e ainda assim não desanimam nem um segundo, lutam com alegria para aproveitar tudo, para oferecer aos seus meninos vidas plenas.

Somos igualzinhas no propósito, no empenho e na vontade. Cada uma com a sua luta tem seu valor, por isso hoje eu decidi ser mais valente e bora viver, bora fazer a vida do Gabo menos difícil.