Toda vez que surge o assunto de meninos mordidos e meninos que apanham
vira uma guerra de mães que mandam o menino revidar e as mães que pedem para
eles que procurem um adulto e resolvam seus problemas conversando.
Tem milhões de mães e pais que são categóricos no sentido de
falar que se o menino apanhar na escola, vai apanhar em casa também.
Tem pai que pergunta: e ai? Bateu no fulaninho? Ele chorou? ( se referindo ao meu filho, sem saber que eu
era a mãe do fulaninho) ( sangue nos olhos)
Ah sim, tem a turma dos que dividem a escola em dois grupos:
os que batem e os que apanham. Simples assim.
As perguntas que não querem calar: vc quer ser mãe de qual
menino? Do que bate o do que apanha? Porque o fulaninho é assim? A escola está
fazendo tudo que pode? Vc está fazendo tudo que pode?
O que vou falar agora não é apenas a minha opinião é um ponto para enxergar com outro olhar.
Em primeiro lugar, NÃO JULGAR....nem a criança nem a família.
A gente nunca sabe o que realmente está por trás de uma situação que não
vivenciamos diretamente, isso é o mais importante de tudo.
Em segundo lugar: O mundo é muito maior do que o nosso filho,
(mesmo que pra nós a razão seja inversamente proporcional) e pensando nisso
temos que ensiná-lo a viver com os melhores valores que conseguirmos ensinar,
para termos a certeza de estar criando melhores seres humanos para o mundo.
O instinto de auto preservação tem que ser ensinado sem ser
baseado na violência, pois como já disse milhões de vezes, aqui mesmo, a
criança pode achar que a violência é o canal que resolve tudo, em todas as
situações.
Dialogo com a escola, exponham e cobrem a responsabilidade
deles de administrar a boa convivência das crianças.Professores são sim, responsáveis por isso, e essa
responsabilidade vai além de vigiar a disciplina, tem que cuidar de tudo. O subconsciente
de uma criança é frágil merece ser bem tratado. Cuidado para que o que apanha
seja defendido e não vire o “pamonha” da sala, cuidado para que o que bate não
carregue para sempre ( e resolva encarnar de vez) o rótulo de “monstro” da
turma.
Dialogo com seu filho,
pergunte, e sobre tudo : ESCUTE, e aprenda ( eu estou aprendendo aos trancos )
a ler nas entrelinhas do comportamento dele o que pode estar gerando essa
situação, vc pode se surpreender com algo como: mãe o xxx me bateu porque eu o chamei de gordo. Esteja atenta ao humor, aos desenhos, e sobre tudo a sua
forma de agir, nada de " faça o que eu digo mas não faça o que eu faço"
Para finalizar pense com carinho na outra mãe, aborde com
educação, e fale que a situação está difícil e peça ajuda, se ela não se mostra
aberta tenha paciência isso vai acontecer muito , não só na escola, vai ser
pela vida afora.
Antes de ameaçar uma criança pense no seu filho, você
gostaria que outra pessoa ameace seu filho, corrija seu filho? Ou prefere que a
pessoa fale com você.
Tudo é para ser pensado, afinal , toda historia tem três versões: a sua, a minha e a verdade.
Ah sim, eu sou a mãe do menino que bate. Sim, eu já chorei
muito e me rasguei toda pensando que fiz tudo errado.
Mas a minha família
não é desajustada, meu filho não é um monstro e nós estamos fazendo terapia,ensinando-o
a lidar melhor com as frustrações, a ignorar
os apelidos e construindo novos
conceitos sobre muitas coisas.
Ta, você pode pensar que não tem nada a ver com os problemas do meu filho, e ta certa....mas
eu e meu marido vamos continuar tentando ensinar o nosso filho a viver em paz, a ser uma pessoa melhor
a superar as dificuldades e crescer sendo um homem de bem.
Fazemos isso pensando em nosso filho e nas outras crianças, fazemos com muito amor, porque acreditamos firmemente
que ser pai é ser mãe e uma missão e tanto na vida.
Quem dera fosse tudo mais simples para educar uma criança.